
Adiantou depois que, apesar do CIRV ter sido fundado em 1935, razões fundamentadas fazem recuar a sua história a 1907 porque é nas vésperas da implantação da República que radica a sua origem e grande parte do património genético que ainda hoje transporta consigo. Isso mesmo se explica no primeiro capítulo do estudo, a que se segue o relato da época áurea do teatro vilarmourense no velho Clube da Batalha, cenário de memoráveis espectáculos e bailes nos anos trinta a cinquenta do século XX. Vieram depois os tempos penosos da emigração europeia e da guerra colonial, que afastaram tantos vilarmourenses da sua terra, disso se ressentindo o CIRV. Antecipando o regresso da Democracia e da Liberdade em Abril de 1974, uma nova geração aliada a elementos mais antigos, reactivou a associação a partir de meados dos anos sessenta, um momento de viragem que conduziria a um dos períodos mais dinâmicos da sua existência com a mudança para a actual sede na Barrosa em 1986. Foi uma época marcada pela figura de Armando Ranhada, recentemente falecido, que no final da sessão de lançamento foi homenageado com o descerrar de uma lápide afixada no átrio da sede do CIRV, tarefa desempenhada por um dos seus filhos, Ricardo Ranhada. Não escondendo a emoção, Basílio Barrocas, actual presidente da assembleia geral da colectividade, proferiu depois breves mas sentidas palavras sobre a personalidade e a acção daquele que foi durante muitos anos seu colega na direcção, apesar dos diferentes ideais políticos. A edição do “Álbum de Memórias do Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense” foi apoiada pela Câmara Municipal de Caminha, que se fez representar no lançamento pelo seu vice-presidente Flamiano Martins, bem como pela Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, também presente na pessoa da sua presidente Sónia Fernandes. Nas suas intervenções, não deixaram ambos de recordar o seu próprio percurso associativo, salientando a importância de preservar as tradições de passadas gerações mas também de projectar uma esperança para o futuro das colectividades de cultura e recreio das freguesias, hoje a viverem sérias dificuldades de participação.
