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Atividade do GEPPAV

Obituário de João Laerte Fife Torres (1928-2016)

Faleceu no dia 2 de outubro de 2016, no n.º 64 da rua Dr. Cláudio Bastos da freguesia de Santa Maria Maior da cidade de Viana do Castelo, na casa onde vivia com sua esposa Rosa Gonçalves Aldeia, João Laerte Fife Torres, aos oitenta e oito anos de idade, deixando dois filhos: João Duarte Gonçalves Torres e Maria Clara Gonçalves Torres.

João Laerte Fife Torres nasceu em Vilar de Mouros no dia 6 de abril de 1928 no seio de uma família de estucadores, os Fife. Após completar a escola primária, logo o avô Domingos Fife o chamou para se juntar a ele em Lisboa. Aí fez a dura aprendizagem nas obras de estuque, combinada com as aulas noturnas nas escolas industriais, antes de optar pelo mais delicado, e preferido, trabalho de maquetagem em gesso. Empreendedor, dirigiu a sua própria oficina em Belém antes de ser por último empreiteiro quando as razões económicas foram mais fortes que as de coração. Em 1975, trinta e quatro anos depois de ter chegado à capital, regressou definitivamente à aldeia natal, ainda a tempo de ensinar aos mais jovens a arte e mestria herdada das anteriores gerações de estucadores, depois aplicada nas maquetas.

O gosto de João Laerte em contar histórias e uma constante disponibilidade e simpatia foram de grande utilidade para que o GEPPAV pudesse levar a cabo um estudo sobre os estucadores e maquetistas vilarmourenses editado em 2009, no qual se inclui uma sua extensa entrevista realizada no dia 26 de novembro de 2005. Já depois da publicação desse estudo e na sequência da exposição que o enquadrou e esteve então patente na estufa do Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense — instituição de que João Laerte foi sócio desde tenra idade —, este destacado maquetista teve uma particular satisfação no dia 25 de março de 2010. Nessa ocasião, devidamente restaurada pelas suas mãos, foi solenemente colocada em exposição permanente no átrio principal de entrada do Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, a grande maqueta em gesso do mesmo hospital por si modelada em 1970 a partir do anteprojeto do arquitecto Raul Chorão Ramalho.

João Laerte Fife Torres foi a sepultar no cemitério de Vilar de Mouros, no dia 3 de Outubro de 2016, pelas quinze horas. Com o presente obituário, o GEPPAV presta uma sentida homenagem a este vilarmourense, a quem fica a dever uma continuada colaboração e ajuda no sentido da preservação da história de Vilar de Mouros e da memória do seu povo.

 


 

GEPPAV em Tertúlia sobre Estuque

No passado dia 18 de março, o GEPPAV esteve presente na Tertúlia "O Estuque: saberes, formas e espaços", organizada pelo Centro de Memória do Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora por ocasião do encerramento da exposição sobre Estuques e Estucadores do Vale do Âncora que esteve patente naquele espaço desde 18 de dezembro de 2015, um importante trabalho de recolha de testemunhos, imagens e objetos levado a cabo pelas investigadoras Cláudia Fernandes e Marta Fernandes.

A tertúlia, que teve na mesa Daniel Labandeiro (em representação do CSCVPA), Álvaro Meira (conhecido maquetista ancorense), Luís São João (estucador de Afife) e Paulo Torres Bento (GEPPAV) foi um bom pretexto para revisitar o passado de uma profissão em que tanto se destacaram no passado os artistas alto-minhotos (sobretudo de Afife, de Vilar de Mouros e do Vale do Âncora) mas também um alerta para o perigo da sua extinção próxima se não houver a  indispensável passagem de testemunho geracional.

Não se antevê o regresso do estuque artístico dos séculos XVIII ou XIX, ou do trabalho das maquetas em gesso do século XX — sobre o qual foi exibido um breve mas precioso documentário cinematográfico de 1948 —, mas se não se quiser perder a prazo o património de estuque que existe disseminado por palácios e residências, do Algarve ao Minho, em grande parte obra de homens do Alto Minho, é necessário que se mantenha o saber da arte para o permanente labor de restauro e manutenção.

O GEPPAV na Rádio Alto Minho

Representado por Plácido Souto, o GEPPAV esteve presente neste domingo, 21 de fevereiro, no programa A Nossa Terra, uma produção Direnor para a Rádio Alto Minho, desta vez dedicado à freguesia de Vilar de Mouros.

Acompanhado em estúdio por Carlos Alves, presidente da Junta de Freguesia, Sónia Torres, secretária da mesma junta, e o padre Ricardo Pereira, pároco atual da freguesia, Plácido Souto teve a oportunidade de explicar como surgiu o GEPPAV há 12 anos e sumarizar o trabalho que temos desenvolvido desde então no estudo e preservação da história e património vilarmourenses, nomeadamente através da publicação dos Cadernos do Património Vilarmourense.

Um dos assuntos focados, tanto pelo representante do GEPPAV, como pelo presidente da Junta, foi o anseio unânime da freguesia na criação de um núcleo museológico no espaço das antigas oficinas de ferreiro do Largo da Torre que permita preservar e exibir o valioso passado industrial da freguesia na época contemporânea — ferreiros, mineiros, estucadores e maquetistas, fornos da cal e de telha, fábrica de faiança, etc — tornando-se um pólo mais de atração de turistas e visitantes

A emissão do A Nossa Terra sobre Vilar de Mouros pode ser ouvida em podcast aqui.

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